quinta-feira, 23 de maio de 2013

A transição de bebês para sólidos, pedaços, comida inteira- O que dizem os pediatras?


Este é um assunto polêmico, muito discutido e muito importante para a formação sadia do bebê.

Em primeiro lugar, existe uma forte influência cultural quando se trata de ensinar o bebê a comer. Muitos paises, como os EUA, tem índices mais tardios de introdução aos alimentos "de adulto". Isso pode ser atribuido ao estilo de criação mais protecionista do que outros paises, por exemplo, a França.

Vejamos a posição de 3 sociedades de pediatria a respeito:

EUA- American Academy of Pediatrics (AAP)

Desaconselha a introdução à solidos antes dos 6 meses salvo em caso de desnutrição, aconselhando então a introdução aos 4 meses. A introdução a pedaços pequenos ou macerados poderá ocorrer a partir dos 10 meses, mas só aconselham pedaços que requerem mastigação (trituração com os dentes) a partir de 2 anos de idade. Até lá deverão ser evitados frutas e legumes inteiros, com uma atenção especial para uvas, tomates cereja e outras frutinhas inteiras. Suas formas redonda facilmente poderão se alojar na garganta e bloquear totalmente a passagem de ar. Biscoitos duros, cachorro quente e cenoura inteiros (mais uma vez, o formato é muito importante. Estes alimentos deverão ser partidos em quartos.), grãos e sementes (semente de girassol, por exemplo), balas ou chicletes também deverão ser evitados totalmente.

Fonte: www.healthychildren.org

Portugal- Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP)

Também desaconselha a introdução precoce (antes dos 6 meses). Porém, a SPP adverte sobre uma janela de oportunidade para a iniciação nos alimentos sólidos afirmando que:

 "Se tal não acontecer a partir do meio ano e até cerca dos dez meses, poderá comprometer todo o processo de diversificação alimentar e aumentar o risco futuro de dificuldades na alimentação”.

Também é abordada a necessidade de "des-homogenizar" os alimentos gradualmente dentro do primeiro ano de vida.

Brasil- Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP)

Trecho retirando do Manual do Nutrólogo


"Os alimentos complementares podem ser chamados de transicionais, quando são especialmente preparados para a criança pequena até que ela possa receber os alimentos na mesma consistência dos consumidos pela família (em torno dos 9-11 meses de idade). Alimentos utilizados pela família (modificados ou simplesmente alimentos da família) são aqueles do hábito familiar; devem ser oferecidos, inicialmente, em forma de papa, passando para pequenos pedaços e, após os 12 meses, na mesma consistência dos alimentos consumidos pela família. Nesse momento, cabe ao pediatra avaliar a
qualidade dos alimentos consumidos pela família."


Acesse o manual inteiro aqui: http://www.sbp.com.br/pdfs/10478e-Man_Nutrologia.pdf



Percebe-se a grande diferença entre a recomendação dos pediatras brasileiras para os americanos, sendo as crianças brasileiras, conforme indicação pediátrica, muito mais precoces em relação à introdução à mastigação.

Porém, na prática, a história é bem diferente. Tenho observado que a grande maioria de bebês come comida triturada ou papa até os 12 meses, para então transicionar para pequenos pedaços. A mastigação total normalmente acaba acontecendo muito mais próximo dos 2 anos do que antes disso. No final das contas, o hábito do brasileiro, em geral, aproxima-se bem mais ao modelo americano.

Na minha opinião isso é resultado do medo que toda mãe tem de seu bebê engasgar em pedaçõs maiores de alimentos. Eu entendo TOTALMENTE pois compartilho desse medo.

Sugiro então um meio-termo: uma alimentação que introduz os sólidos conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria, porém seguindo as orientações da American Academy of Pediatrics em relação aos alimentos "arriscados".

Evite uvas, tomatinhos, amoras e outros alimentos redondos inteiros. Nunca ofereça cenoura baby, cachorro quente e alimentos com formato similar sem partí-los em pedaços de quarto, nunca redondos. Nunca deixe seu filho comer sem supervisão constante; nunca deixe-o comer em pé ou andando, sempre sentado.

Lembrando que o nosso objetivo final é que o nosso bebê em breve poderá se juntar à família na hora das refeições, dando menos trabalho para as mamães e promovendo mais união na família.

Até a próxima!

8 comentários:

  1. meu bebê come frutinhas em pedaços desde os 6 meses de idade e AMA!

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  2. Olá Mary! Adorei o seu blog, ele está sendo fundamental para a introdução de alimentos na dieta da minha filha de 7 meses. Puxa uma pena que não há posts recentes, espero de coração que em algum momento (muito em breve!) você possa retomá-los. Você tem indicação de bibliografia sobre dieta de bebês para indicar? Grata.

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  3. Pelo amor de Deus me ajudem não sei o que fazer meu filho não come nada com pedaços tudo qtem que ser bem triturado se não ele fica querendo vomitar e engasgar nossa pra mim é muito difícil não sei como fazer de que maneira introduzir os alimentos fica muito difícil. Ele vai fazer 9 mêses

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    1. Ana Paula Resende de Melo25 de março de 2015 às 12:30

      O meu tbm è assim ,fui dar comida amassa vomitou tudo ! Eu trituro pq só assim ele come.

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    2. A minha é assim também. A textura incomoda e vomita se comer pedaços maiores. Vamos ter paciência que aos poucos tudo se ajeita. se o pediatra diz que está tudo ok, então temos que ficar tranquilas.
      Já estou muito feliz por minha filha aceitar a papinha... sempre foi muito difícil de comer!

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    3. Olá meninas e os babys de vocês estão comendo melhor?

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    4. Olá meninas e os babys de vocês estão comendo melhor?

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  4. Meu filho Dudu tem 1 ano e 5 meses e as vezes engasga com comida ou biscoito! Tenho muito medo dele engasgar feio. Graças a Deus comigo nunca engasgou, mas tenho pavor ao pensar. Quando engasga vomita tudo. Será normal? Obrigada!!! Nadia

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